Esta pr.´. é baseada num texto
extraído de um livro que estou a ler, “Vade-Mécum: do Simbolismo Maçónico”, de
Rizzardo da Camino, que, com as devidas adaptações, me parece de grande
utilidade.
Diz o referido autor que é norma
corrente os trabalhos mmaç.´. de desenvolverem à noite, a não ser que, em
ocasiões excepcionais, venham a ocorrer durante o dia; além disso, os T.´. são construídos de forma a manterem-se isolados das “vistas prof.´.”, sua
parte interna é escura, com pouca luminosidade.
Na Sala dos Pass.´. Perd.´.[i] a iluminação será comum, pois se trata de uma ligação entre o “mundo prof.´.” e
o “espaço” que o liga à L.´. Maç.´..
Os II.´. deverão sentir-se num ambiente comum, sem a presença de símbolos; os ornamentos apropriados, como
retratos, estátuas, quadro de anúncios, em nada se unem aos símbolos que são
“elementos” sagrados, porque expressam a Fil.´. Maç.´..
No momento em que os II.´. são
chamados para ingressar no Átr.´.[ii],
já devidamente revestidos com suas insígnias, a luminosidade muda[iii].
Assim como a S.´. dos Pass.´. Perd.´. representa o consciente, o Átr.´. será o subconsciente; portanto, um
passo “para dentro”, com a finalidade de atingirmos o nosso “T.´. Int.´.”.
A luminosidade deverá ser
amenizada, de uma cor azulada, suave, que conduza ao silêncio; todo o assunto
interrompido na sala precedente não poderá ser continuado; a preparação é
mental-espiritual. O M.´.C.´. faz a preparação, alertando os II.´. que ingressam no T.´.[iv].
Só ele terá permissão para abrir
a Porta[v].
O ingresso no T.´. encontrará
uma penumbra tão suave que apenas se notem os vultos; a Lâmp.´. Vot.´.[vi] esparge a sua Luz vermelha a orientar os passos.
A luz será acentuada
gradativamente após a leitura do Liv.´. Sag.´., porque, na linguagem bíblica, a
Pal.´. de Deus será como uma Lâmpada[vii].
O ambiente passa a ser
adequadamente iluminado; os círios ao redor do Alt.´. e as luzes correspondentes
aos Graus permitem o início dos trabalhos.
Por ocasião dos giros para a
col.´. das prop.´. e dos óbul.´. a luz deverá ser amenizada, porque auxiliará
na meditação conduzida pelo fundo musical.
A este respeito, será de referir
que a colocação da mão direita nos recipientes coletadores é gesto obrigatório,
pois faz parte da Liturgia.
Obrigatória é a “colocação” da
mão, mas o “dar” não é obrigatório sob o ponto de vista material, ou seja, não
é obrigatório deixar cair alguma coisa dentro do recipiente. Este acto
divide-se em duas partes: a primeira, quando são solicitadas as prop.´.,
comunic.´., soluç.´. escr.´.; a segunda parte é a administrativa, que
aparentemente diz respeito ao trabalho da organização da L.´.; porém, uma vez
que a mão direita se eleva e “penetra” na “sacola”, o papel que ela oculta,
dobrado em forma de tri.., não é visto pelos demais participantes.
Quem nada põe, contudo, deixa
desprender de si um “calor” que, por mais ténue que seja, somado aos demais,
compõe uma “energia”. Esta é veículo, pois procede de um ser humano que se
dispõe a “colaborar” com a “Ordem do Dia” que está em “movimento”. Assim, se
por acaso o “sac.´. das prop.´. e inform.´.” colhe alguma “col.´. grav.´.”,
essa coluna fica “imantada” por todos, com o significado de que todos estão a participar naquele assunto.
O acto de colocar a mão no
receptáculo é místico, dai a luz não poder iluminar “esse contacto” que, por
ser discreto, exige penumbra.
O Ofic.´. que recolhe as
prop.´. e prop.´. faz o giro obedecendo ao caminho preestabelecido ritualísticamente,
da Autoridade Maior para o participante menor; maior e menor no sentido
hierárquico, porque, afora isso, todos os II.´. são iguais.
Passada a “sacola”, cai o I.´. em profunda meditação, absorvendo a melodia que está sendo executada, o
ambiente formado pelas luzes das vel.´. e o ténue véu que se forma com a queima
do inc.´..
Posteriormente, novo momento
espiritual ocorre, quando o I.´. Hosp.´. inicia o seu “giro ritualístico”
para recolher os óob.´. que se destinam aos pobres. Aqui, o I.´. Hosp.´. assume uma característica curiosa, a do homem que ira solucionar os problemas
dos necessitados; aquele que fará lembrar a todos a necessidade social de “dar
aos pobres e atender ao próximo carente”.
Diria eu que, por mais rico que
seja o resultado da colecta, pouco ou nada irá solucionar o grave problema dos
necessitados, no entanto, tal acção desperta em todos nós a lembrança de que
temos um dever social a cumprir, como refere o supra referido autor, dever de
amor fraterno, de solidariedade e de co-participação[viii].
Quando o I.´. Hosp.´. apresenta o “S.´. de Benef.´.”, temos a obrigação de colocar um ób.´.;
nesse caso, a nossa mão é “condutora” de alguma coisa que convencionalmente
significa “riqueza”; depositada a sua parte, embora de forma exclusivamente
simbólica, estará depositando, ao mesmo tempo, de modo intrínseco, o seu
“desejo” de contribuir para amenizar a situação aflitiva do mundo[ix].
Sobre o assunto, o mesmo autor
refere que, após o acto da colecta, a impregnação “fluídica” do ambiente atinge
de tal forma o maç.´. que este poderia retirar-se plenamente realizado. O
despertar dessas forças ocultas para que elas desempenhem a sua missão é uma
das obras mais relevantes da Instituição.
Acrescenta ainda que, quando o
maç.´., no mundo prof.´., exercitar a sua Caridade, há-de retornar, em
pensamento, ao acto praticado na sua L.´. como se estivesse despertando de um
sonho, pois a última melodia que percebera ainda lhe soa nos ouvidos.
Assim, a Maç.´. prepara os
seus adeptos.
E de forma também um tanto
poética: “Luz amena, som apropriado e “prana” adequado”.
Referências Bibliográficas
[i] A
S.´. dos P.´. Perd.´. também possui o seu significado esotérico, pois significa a
nossa presença fora do T.´., ou seja, a vida extra-sensorial, vagando pelo
Cosmos, de forma ampla, onde o maç.´. poderá encontrar toda sorte de aventuras
espaciais e mentais.
(Vide
“Simbolismo do Primeiro Grau”, do mesmo autor - CAMINO, Rizzardo).
[iii] O
correcto para o autor seria que os Irmãos se param.´. no Átr.´. e não na S.´.
dos P.´. Perd.´..
[iv] Organizada
a dúplice fila, o M.´.C.´. dará um golpe com seu bastão no piso e dirá:
“Meus
II.´.! Antes de ingressarmos neste Aug.´. T.´., devemos meditar, preparando-nos
para, ao mesmo tempo, ingressarmos no T.´. de Dent.´., mergulhando em um Oceano
de tranquilidade, deixando os pensamentos comuns, os dissabores, as angústias,
os problemas do quotidiano para trás.
Nosso
escopo é completarmos a edificação do T.´. da Virtude, embelezando-o com os
nosos propósitos de aperfeiçoamento.
Cada I.´.
somará ao que lhe estiver ao lado, as vibrações benéficas, visando a encontrar,
após o umbral desta Porta, a Paz de que tanto necessita.
Invoquemos
o G.´.A.´.D.´.U.´., para que dirija os nossos passos”. (Ext. e Adp. CAMINO,
Rizzardo – Simbolismo do Primeiro Grau. São Paulo: Madras, 2009. ISBN
978-85-370-0483-1).
[v] Antes
da permissão dada pelo M.´.C.´., ninguém poderá entrar no T.´., onde já devem
estar ocupando os seus postos o G.´.I.´., e o M.´.Harm.´..
À frente
da porta cerrada, do lado externo, o M.´.C.´. organizará os Obr.´. em duas
filas obedecendo à seguinte ordem: dois a dois, os AA.´. e CC.´., estes do lado
sul e aquelas do lado norte, indo à frente os mais novatos; a seguir, os MM.´.,
depois, os Of.´., cada um do lado das respectivas Col.´.; em seguida, os
Vis.´.; após, os ex-Ven.´. e, finalmente, os dois VV.´.; em último, o V.´.M.´..
(Ext. e Adp. CAMINO, Rizzardo – Simbolismo do Primeiro Grau. São Paulo: Madras,
2009. ISBN 978-85-370-0483-1).
[vi] A
Lâmp.´. Vot.´., como a palavra sugere, é uma luz que se acende com um desígnio
sagrado. O entendimento actual é de que essa “luz” deva ser permanente e
provinda de uma origem sagrada; era usada, na Antiga Grécia, para o inicio dos
Jogos Olímpicos. Desde o cume no Monte Olimpo, era “colhida” por reflexão do
Sol, em triângulo de cristal de rocha que incendiava um elemento apropriado,
transferindo o “fogo” para a tocha alimentada com “alcatrão” ou óleo. Durante
os dias de festejos, essa lâmpada era mantida permanentemente acesa.
Não se
conhece, para o T.´. de Sal.´. ou para o Taber.´. de Davi, prática semelhante.
Algumas
L.´. Maç.´. retiram dela o fogo para acendimento das velas que ornam e iluminam
o Alt.´., antes da abertura da L.´., M.´.C.´. encarregam-se de acender a
Lâmp.´. Vot.´..
[vii] A
sua luz é tão intensa, segundo o Salmista, que o Sol lhe será sombra.
[viii] “A
Maç.´. existe para a incessante busca de melhorar os homens; melhorar o
indivíduo e o grupo, por menor que sejam; este poderá, por sua vez, melhorar
aqueles que com ele convivem e assim, em um encadeamento sem fim, a melhoria se
amplia, dilata-se e consegue resultados”. (CAMINO, Rizzardo – Vade-Mécum do
Simbolismos Maçónico. São Paulo: Madras, 2006. ISBN 85-370-0120-1).
[ix] Aqui
não importa a solução, mas o “desejo” de solucionar; pareceria prosaico e
inútil, mas não o é; todos devemos “educar” os nossos desejos, porque se
transformam em realidade.
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