Foi uma das primeiras coisas que
reparei logo que me foi retirada a vend.´. que trazia nos oo.´., A L.´.[i],
foi para
mim uma surpresa, nunca tinha visto nada semelhante, fiquei surpreendido pelo simbolismos existente em tudo o que via.
mim uma surpresa, nunca tinha visto nada semelhante, fiquei surpreendido pelo simbolismos existente em tudo o que via.
Muito para compreender, muita
“pedra bruta para trabalhar”, pois que me desculpem os MM\QQ\II\ mas, não posso deixar de me
alongar um pouco mais sobre todo este simbolismo. A pedra bruta vai começar a
ser trabalhada, só assim, com a ajuda de todos, se transformará em pedra cúbica[ii].
“O comprimento da L.´. se estende
do Or.´. ao Oc.´., a largura do N.´. ao S.´. e a altura, do Zén.´. ao
centro da Terra”[iii].
Sendo uma imagem simbólica do
cosmos, as dimensões da L.´. são também universais, estas dimensões espaciais,
surgidas simultaneamente pela irradiação a partir de um ponto central, criam um
sistema de coordenadas onde o alto, o baixo o comprimento e a largura conformam
a cruz tridimensional[iv].
Ora, esta geometria espiritual era perfeitamente conhecida pelos MM.´. Op.´.[v],
que a aplicaram na orientação e disposição dos edifícios sagrados que
construíram.
Sobre um estrado, junto à
balaustrada, à direita e à esquerda do V\M\, há dois bufês, um em frente ao
outro, para os II.´. Or.´.[vi]
e Sec.´.[vii]. Sobre
o altar do V\M\ um candelabro com três velas
acesas, representando, no homem, as três luzes da Trindade, uma espada, que
representa o poder do verbo ou da verdade intuitiva[viii],
um macete, representando a força da vontade no homem e a carta ou patente
constitutiva da L.´., que nos indica a sucessão da verdade no homem.
Mais à frente, sobre o altar dos
juramentos, o livro da lei, simbolizando a Palavra Divina, o Verbo ou Verdade
suprema[ix],
um comp.´., que representa a dualidade no homem, espírito e matéria[x]
e um esq.´., que, ao contrário do comp.´., tem o seu ponto central em baixo
e os seus ângulos se elevam para o céu, representa o homem inferior que, por
ser dominado pelo superior, novamente se alça para a sua origem, o céu[xi].
Como refere ADOUM, o esq.´. e o
comp.´., abertos e entrelaçados sobre o livro da lei, ou Pal.´. Div.´., são
os instrumentos simbólicos que nos servem para interpretá-la e usá-la
construtivamente.
Em ambos os lados Nor.´. e S.´. estão os assentos respectivamente dos AA.´., dos CC.´. e dos
MM.´.; os primeiros têm de colocar-se na região escura porque não podem
suportar a luz plena do meio-dia onde se encontram os CC.´. e os
MM.´., respectivamente do lado do Oc.´. e do Or.´..
No Oc.´. se encontra a porta
de entrada na qual há um assento e uma espada flamejante para o G.´. I.´., que, como guardião do T.´., não permite a entrada senão àqueles que
sofreram a morte iniciática. Junto de si, levantam-se duas colunas isoladas[xii],
de ordem coríntia, cujos capitéis estão coroados por três romãs entreabertas,
distinguindo-se cada uma das citadas colunas com um nome misterioso, cujas
inicias estão esculpidas nas suas hastes (J e B)[[xiii],
são o símbolo do aspecto dual de toda a nossa experiência no mundo terrestre[xiv].
Próximo destas colunas, no
extremo ocidental dos lados N.´. e S.´. do T.´., colocam-se, num pequeno
estrado, o bufê e o sitio dos VV.´., estes com o V\M\
representam os três atributos da Divindade: Omnisciência, Omnipotência e
Omnipresença[xv], são as
três colunas que sustentam a L.´., ou os três atributos e poderes que sustentam
o corpo humano: a Sab.´., a For.´. e a Bel.´.[xvi].
De ambos os lados do T.´., do
Or.´. ao Oc.´., há algumas filas de assentos, chamadas de colunas,
os da esquerda formam a coluna do N.´. destinada aos AA.´., os da direita
formam a coluna do S.´. ou M.´.-D.´., destinada aos CC.´. e aos MM.´.[xvii].
No extremo oriental da coluna do
M.´.-D.´. encontramos o bufê do Tes.´. e, em frente a este, no lado oposto
correspondente à coluna do N.´. tem o seu lugar o Hosp.´.. O Tes.´. representa no homem o que o ocultista chama Corpo Causal[xviii],
o Hosp.´., representa a fraternidade e a caridade.
A memória é traiçoeira, já não me
recordo com exactidão o que vi, mas para além do supra referido, tenho ainda
presente o P.´. e o N.´.[xix],
o primeiro que está colocado sobre a coluna J e representa o progresso
individual de baixo para cima[xx],
e o segundo, colocado sobre a coluna B, a linha recta, ou seja, que os
pensamentos, as aspirações e as acções do homem devem ser modelados sobre uma
linha recta, em sentido oposto à gravidade das tendências inferiores[xxi].
Por fim, a ped.´. tosca, ou br.´.,
símbolo do corpo material do homem que não obteve nenhum conhecimento e a ped.´. cúb.´., a representar o homem prefeito ou aquele que trabalha na perfeição de
si mesmo. No centro da L.´. um mos.´.[xxii]
composto de quadrados, alternadamente bran.´. e pre.´. que simbolizam a
diversidade de seres, tanto animados como inanimados, assim como, o enlace do
espírito e da matéria, ou a vida e a forma, por toda a parte[xxiii].
Todo o perímetro do mos.´. tem uma bor.´. dent.´., que simboliza a muralha
protectora da Humanidade, constituída pelos homens que em séculos e milénios
passados atingiram a meta da perfeição humana.
A contornar todo o T.´., uma
cor.´. denominada de “cor.´. de 12 nós”, ininterrupta, cujas extremidades pendem
ao lado da porta de entrada. Colocada no tecto , uma Est.´. Flam.´. de seis
pontas[xxiv],
símbolo da Divindade e de Deus manifestado no Seu Universo, não confundir com a
estr.´. de cinco pontas colocada no Or.´., junto ao V\M\, chamada
de Estr.´. do Or.´. ou Estr.´. da Inic.´., símbolo do homem perfeito, de
Deus manifesto no homem e não no universo.
Compreendo agora melhor que cabe
ao A.´. permanecer calado, ouvir e ver com atenção os ensinamentos que lhe
vão sendo prestados pelas mais diversas formas, procurar entender o que o
rodeia, é o que tento começar a fazer, procurando ver para além do óbvio, “ver
com o coração” como refere o Principezinho de Saint-Exupéry.
Li algures a seguinte ideia,
considerando em conjunto todo o T.´., o recinto da L.´. é um templo da
humanidade, e como tal, simboliza um homem estendido de costas, os três grandes
sustentáculos correspondem a importantes centros do corpo humano. A saber, o V\M\ ocupa o
lugar do cérebro, o P.´. V.´. os órgãos geradores, símbolos de
fortaleza e virilidade e o S.. V´.´., corresponde ao coração.
Bem vistas as coisas, sou levado
a pensar que o T.´. aqui representado, edificado à imagem do T.´. do R.´. Sal.´., pode muito bem ser também o nosso T.´. I.´..
[i] Sem
dúvida um dos símbolos mais importantes para a Maç.´., recinto onde se
trabalha para A G.´.G.´.A.´.D.´.T.´.O.´.M.´., a L.´. é um espaço
sagrado que estabelece uma linha de demarcação e separação com o mundo profano.
[ii] Pedra
perfeita, que representa o culminar da inic.´. e a obtenção da unidade
interior.
[iii] É um
símbolo do mundo inteiro.
[iv] Extr. e
adapt. Símbolo, Rito, Iniciação: a cosmogonia/Sete Mestres Maçons; Tradução
Norberto de Paula Lima. São Paulo: Ícone, 1995. ISBN 85-274-0356-0.
[v] No Séc.
VIII, a religiosidade então dominante exprimiu-se, sobretudo, na construção de
templos e catedrais góticas semeadas de sinais maçónicos (e.g. na Batalha, em
Tomar e nos Jerónimos), os construtores e arquitectos desses monumentos tinham
de se dotados de profundos conhecimentos técnicos, científicos e artísticos.
Surgiram, assim, corporações de arquitectos, escultores, lavradores de pedra e
operários especializados, que gozavam de certos privilégios e eram protegidas.
O Papa Nicolau III concedeu aos sues membros, em 1277, o titulo de pedreiros
livres, que implicava a isenção de impostos, da jurisdição ordinária e da
obediência aos regulamentos municipais e aos éditos dos reis, bem como a
liberdade de circulação.
Tais conhecimentos eram
interditos a elementos estranhos, e apenas eram transmitidos secretamente nas LL.´.
pelos mestres aos discípulos de reconhecido mérito e aptidão, e sempre após um
juramento solene. Foi assim que surgiu a maçonaria operativa (de
operários e construtores).
(ver: ARNAUT, António –
Introdução à Maçonaria. Coimbra: Coimbra Editora, 2009. ISBN 978-972-32-1679-0,
6.ª Edição).
[vi] O Or.´. da
L.´. representa o poder do verbo no homem, sendo o objectivo do pr.´. gr.´. desenvolver esse poder (Extr. e adapt. ADOUM Jorge - Grau do Aprendiz e seus
mistérios. São Paulo: Pensamento, 2010. ISBN 978-85-315-0277-4).
[vii] O
Sec.´. representa, no homem, a memória que acumula, arquiva toda a
experiência recebida nos mundos do corpo (Extr. e adapt. ADOUM, Jorge - Grau do
Aprendiz e seus mistérios. São Paulo: Pensamento, 2010. ISBN
978-85-315-0277-4).
[viii] Por
outras palavras, como refere ADOUM, o poder da vontade educada.
[ix] A lei
natural de que fala São Paulo.
[x] O comp.´. indica um ângulo cujos lados partem de um vértice, e quanto mais se alongam de
sua origem, mais se separam. O ponto central da união corresponde ao Or.´.,
ou seja, ao mundo da verdade, da realidade, a fonte da criação que permanece
eternamente e em estado de Unidade invisível. A parte oposta a esse ponto é a
irrealidade, a matéria, o Oc.´.. Então, o ponto central do compasso é a
união do espírito do homem com o espírito Divino. É a realidade que se
manifestou em aparência. É o Ser que adquiriu forma. É o espírito que se vestiu
de matéria. Cabe agora ao homem-forma realizar por meio da iniciação, ir para
dentro, ou progredir caminhando em sentido inverso, do Oc.´. para o Or.´. (Extr. e adapt. ADOUM, Jorge – As chaves do reino interno).
[xi] Alguns
autores acrescentam que o comp.´. é a intuição e o esq.´. a razão; o
comp.´. é a sabedoria interna e o esq.´. é o conhecimento externo; porém,
ambos são necessários ao homem no mundo físico.
[xii] A respeito
do tem.´. do R.´. Sal.´., o Rit.´. Ing.´. explica que estas duas ccol.´. estavam à entrada do tem.´. para que os filhos de Israel, idos e vindos da
oração, recordassem a coluna de fogo que os iluminou ao fugirem da escravidão
do Egipto, e a coluna de nuvem que obscureceu Faraó e seu exército, que os
perseguiam.
[xiii] J.´. e
B.´..
[xiv] São a
dualidade dos nossos órgãos, são os dois lados, direito e esquerdo, do nosso
corpo, são os dois sexos, os dois princípios positivos e negativos que integram
o homem, são a actividade e a inércia, ou o enx.´. e o sa.´. presentes na c.´. de r.´..
[xv] Cfr. Oper. Cit.
[xvi] De referir
que o V\M\, o P.´. e o S.´. VV.´. sentam-se, respectivamente, ao Or.´., ao Ocidente e ao M.´.-D.´.,
ou seja, onde se manifestam as três qualidades.
[xvii] Alguns
autores referem que o lado esquerdo e o cérebro esquerdo constituem a parte
negativa no corpo humano, sendo no cérebro esquerdo que se alojam as ideias
negativas e os átomos do mal em luta com o que chamamos bem.
[xviii] Átomo semente, memória que
reúne o fruto da acção (Extr. e adapt. ADOUM, Jorge – As chaves do reino
interno).
[xix] De referir
que o esq.´., o nív.´. e o pr.´., as três JJ.´. MM.´., são usadas pendentes
nos seus col.´. pelos três of.´. principais, são também chamadas de JJ.´. do seu cargo. São móveis porque são transferidas pelo V\M\
e VV\ aos seus sucessores no
dia em que estes assumem seus cargos.
[xx] É também usualmente
considerado que o pr.´. representa a rectidão ou justiça.
[xxi] É também usualmente
considerado que o nív.´. representa a igualdade.
[xxii] No antigo
Egipto respeitava-se com o máximo cuidado a santidade do pav.´. de mos.´.;
ninguém o pisava, a não ser o cand.´., os of.´. quando lhes era
necessário, o P\M\I\ no desempenho das suas funções,
o P\D\ ao acender a luz no fogo sag.´. e o turiferário quando incensava o altar.
[xxiii] LEADBEATER, C. W. – A vida
oculta na Maçonaria. São Paulo: Ed. Pensamento, ISBN 978-85-315-0704-5,
Tradução da 2.ª Edição de 1928.
[xxiv] Pelo
que li, em muitas LL.´. a Est.´. Flam.´. é de cinco pontas e primitivamente
tinham pontas ou raios ondulantes, como era usual nas Obediências de Inglaterra
e Estados Unidos.
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