“Três a dirigem, cinco a iluminam
e sete a tornam justa e perfeita.”[i]
É sobre esta resposta que me vou debruçar
nas minhas próximas PPr.´., começando pelos três que a dirigem, ou seja, o V\M\, o P\V\ e o S\V\.
O V\M\é o responsável máximo, o “presidente”,
de uma L.´. Simb.´. e, para dirigir os trabalhos, é portador do primeiro
malhete[ii].
Ocupa sempre a cadeira do centro colocada no Or.´. da L.´., no chamado “Trono
de Salomão”.
Para se chegar ao referido “Trono
de Salomão” é necessário subir sete degraus, os quatro primeiros representam:
Força, Trabalho, Ciência e Virtude; os restantes três últimos, representam:
Pureza, Luz e Verdade.
Por ser o dirigente da Loja, o V\M\
representa Zeus (Júpiter), pela sabedoria que lhe é atribuída, assemelha-se a
Minerva, deusa da sabedoria, por seu comando exigir muita prudência para
conduzir os OObr.´. em L.´.. A Joia do seu cargo é o Esq.´., que simboliza a
perfeição dos trabalhos de uma L.´. que por ele devem ser dirigidos.
O bom desempenho de uma L.´. depende muito da dedicação e competência do seu V\M\, das diversas pesquisas que fiz
em todas elas são adiantadas as seguintes características necessárias aquele
que ocupa tal cargo, a saber, caracter firme, profundo conhecedor da “ciência
Maç.´.”, boa conduta em geral, aparência respeitável e boa apresentação
pessoal. Por ser o detentor do primeiro malhete, instrumento que simboliza
força, governo, poder temporal, a ele são exigidas particulares
responsabilidades.
Deve ser um exemplo em todos os
sentidos; no seu trato; na sua conduta profissional prof.´., no seio da
sociedade em que vive; no respeito aos demais II.´.; na sua aparência visual,
trajando-se bem, o melhor que as suas posses possam permitir, sempre bem
paramentado; assíduo aos trabalhos, esforçando-se para fazê-los com a melhor
boa vontade e interesse; dedicação aos estudos da “ciência maç.´.” e dedicado
à Sub.´. Or.´., fazendo jus aos símbolos do Esquadro e do Compasso, que
representam a retidão e a exatidão perfeitas. Com esse comportamento,
tornar-se-á um exemplo no qual os demais OObr.´. se espelharão e o tentarão
seguir, sentindo-se mesmo deslocados se o não fizerem.
Encontrei um pequeno excerto de
umas declarações de Dário Veloso[iii] que não posso deixar de as aqui reproduzir, refere o mesmo:
“Basta conhecer o V.´.M.´. para
se deduzir o aproveitamento da Of.´., pois ele tem, agindo bem, o respeito, o
carinho e o reconhecimento de todos os Obr.´. do Quadro”, e
acrescenta ainda, “Um V.´.M.´., sem esses bons atributos, levará fatalmente
a Of.´. à dissensão, ao aniquilamento e ao caos total”.
Durante os seus trabalhos, no seu
Trono, o V\M\ deve falar o menos possível, só
o necessário e agir muito mais, causará boa impressão o facto de seguir
rigorosamente o Ritual, observando o tempo de duração dos trabalhos, para que
não se tornem exaustivos, evitando o afastamento de OObr.´..
O P\V\ e o S\V\,
juntamente com o V\M\, formam as três pequenas Luzes
de uma L.´., são de relevante importância as funções desempenhadas pelos II\ VV\.
No que se refere ao primeiro, o P\V\, este
tem como joia do seu cargo o Nív.´., é o símbolo da regularidade, da igualdade
social, base do direito natural, significa que o maç.´. deve procurar ter sempre
uma retidão de Julgamento que nenhuma afeição de interesses ou de família o
influenciarão. As suas funções são vigiar todos os trabalhos do T.´. para que
eles se elevem à virtude.
O P\V\ representa a Força e Áries
(Marte), a deusa da Agricultura e da Guerra (Ceres), é também o símbolo de
Hércules, e cabe a ele, na ausência do V\M\, substitui-lo nas suas ausências.
Deve auxiliar o V\M\ em todos
os trabalhos da Of.´. e verificar se todos os II\ que se encontram em Col.´. são
maç.´., para além disso, tem a seu cargo a Col.´. do Sul e sobre a sua
responsabilidade os II\
CC.´., auxiliando-os e orientando-os nos seus trabalhos e na elaboração
das Peç.´. de Arq.´..
O seu cargo deve ser desempenhado
por um I\ que realmente tenha
conhecimento da doutrina maç.´. não só por ter de dar instruções, como também
auxiliar o V\M\, alertando-o no caso de omissões
na prática do Ritual, mantendo vivos os preceitos dos “Landmarks” e os
Regulamentos.
A mesa do P\V\ fica
situada à direita de quem entra no T.´., sobre dois degraus, que simbolizam a
“Virtude” que leva à perfeição e a “Fortaleza”, é o portador do segundo
malhete.
O S\V\, tem como Joia do seu cargo o
Pru.´., ou Perp.´., que representa a pesquisa da verdade, símbolo das
alegorias e da elevação das qualidades puras da Maç.´., assim como, a
solidariedade das obras maç.´..
Simboliza Afrodite (Vênus), deusa
do Amor e da Beleza, é por isso, o responsável pela Col.´. da Bel.´., fica
sentado do lado esquerdo de quem entra no T.´., sobre um degrau, que
simboliza a Virtude e a Prudência.
“Of.´. cujo malhete apenas bate
pancadas instrutivas, é o examinador do A.´. que ambiciona passar da
Perpendicular ao Nível, ou, por outras palavras, ser admitido na aprendizagem
ao grau de C.´..”
Deve assumir a presidência da
Of.´. em casos extremos, por impedimentos do V\M e do P\V\, tem a
responsabilidade de orientar e ensinar os AA.´., solicitando aumento de
sal.´. quando estes já estiverem habilitados para tal.
Deve anunciar na sua Col.´. as
ordens do V\M\, transmitidas pelo P\V\,
conduzindo os OObr.´. ao trabalho, bem como à recreação.
Estes são os três que dirigem a
L.´., se bem repararam, aos mesmos são entregues as chamadas “Joias Móveis”, ou
“Joias do seu cargo”, móveis porque são transferidas aos seus sucessores.
Mas, desenganem-se os mais
desatentos, a simbologia aqui referida é apenas uma pequena gota de água de um
vasto oceano de significados.
Como me pediram, procuro cumprir
o meu papel de um simples A.´., procurando aprender sem grandes pressas,
subindo degrau a degrau a escada de Jacób, por isso, por aqui me fico,
certamente que, mais para a frente, haverá a oportunidade de aprofundar melhor
estes assuntos, e falar sobre o profundíssimo simbolismo do malhete por
exemplo, que é provavelmente o mais antigo símbolo do mundo, ou falar sobre
Arouris, o primeiro nome dado ao nascente Hórus, também conhecido por Chefe do
Martelo. E sobre o Esq.´. e o seu uso no trono de Osíris na sala do Juízo, ou
da “Flecha de Rá” dos Egípcios, símbolo que incluía o esq.´. e o malh.´.. E,
já agora, sobre o Nív.´., que também é o símbolo da Segunda Pessoa da Trindade.
Efetivamente, uma pequena gota de
água de um vasto oceano de significados, a que mais tarde voltaremos
certamente.
(Texto escrito adotando o novo acordo ortográfico)
Referências Bibliográficas
[ii] “O malhete foi um símbolo muito
usado nos remotos tempos perdidos da Antiguidade e hoje, em Loja, é empunhado
pelo V\M\, detentor do poder de mando, da mesma
forma que foi usado pelo primeiro faraó”.( Extr. e Adap.
PINTO, M. J. Outeiro – Do meio-Dia à Meia-Noite. São Paulo: Madras, 2007. ISBN
978-85-370-0182-0.)
Quando estiver presente o Grão-Mestre, o V\M\ deverá conceder-lhe o malhete.
[iii] Poeta e Maçom já passado para o
Oriente Eterno.
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