sexta-feira, 15 de julho de 2016

Cargos da L.´. Simb.´.: “Cinco a iluminam” [i]

O que é preciso para que uma L.´. seja justa e perfeita?

“Três a dirigem, cinco a iluminam e sete a tornam justa e perfeita.”[ii]

É sobre esta resposta que me continuo a debruçar nesta minha Pr.´., dedicando-me por agora aos cinco que a iluminam, ou seja, para além do V\M\, o P\V\ e o S\V\ (“Os três que a dirigem” já tratados na minha pr.´. anterior), dedicar-me-ei ao Or.´. e ao Sec.´., estes cinco elementos são os que iluminam uma L.´. Simb.´..

O Or.´., também designado de “O Guarda da Lei”, tem o seu assento no Or.´., em frente à mesa do Sec.´., no lado esquerdo do V\M\, mas sobre nenhum degrau, uma vez que não pertence às três pequenas Luzes[iii]. Ostenta no seu colar um Liv.´. Aber.´. como Joi.´., representando que nada de duvidoso ou escondido deve possuir.

É a consciência da L.´. que deve conhecer os cânones da razão, é a Luz que tudo clareia, como o Sol que, no simbolismo, representa o Or.´., sendo a Quarta Dignid.´. da L.´..

O Or.´. representa Apolo, deus do Sol, responsável pela Guarda da Lei e pelas Oratórias, é também o símbolo da Luz e da temperança em toda a sua virtude, tem sobre seus ombros grandes responsabilidades no êxito da sessão da L.´. e deverá ter conhecimento da Const.´. Maç.´., dos Regulamentos, Regimentos e Landmarks para impugnar tudo o que estiver irregular, até em atos do V\M\.

Deve possuir muita experiência maç.´., pois terá de dar opinião sobre a legalidade de atos e situações que surjam.

O trabalho do Or.´. é, de modo geral, de improviso, e tem por função uma variedade de assuntos, tais como: dar opinião resumida de todos os assuntos abordados em L.´.; Saudar os visitantes; Reparar possíveis defeitos ou interpretações erradas ou viciadas que verificar durante o decurso dos trabalhos; Mostrar um tema como lição, desde que não tenha sido apresentado por outro I.´.; Toda a vez que for trazida uma notícia de um I.´. do Quad.´. que se encontre doente, o O.´. deverá pronunciar-se invocando forças superiores, para o pronto restabelecimento da saúde desse I.´..

Pelo que pude ler, cabe também ao Or.´. a abertura do Liv.´. da L.´., bem como o posicionamento do Esq.´., do Comp.´. e da Rég.´. correspondente ao Gr.´. da L.´. em que será aberta a sessão.

Caso ocorra alguma interpretação errada sobre algum símbolo, o Or.´. deverá procurar repara-la, dando um fundo mais correto, sem contudo usar de meios que possam melindrar, diminuir ou menosprezar a quem a fez. Será, digo eu, até interessante que o I.´., com a intervenção do Or.´. sinta que o seu trabalho foi por este valorizado.

Deverá também enaltecer todos os eventos importantes da Pátria e seus vultos, para que não fiquem no ostracismo. Em caso de críticas, elas devem ser construtivas para servirem de exemplo. No caso de surgirem comentários com opiniões a favor ou contra, o Or.´. deve manter-se neutro, não dando a sua opinião, para não aumentar a polémica, mas apenas analisar a tese.

O Or.´. tem a prerrogativa de falar sem ser interrompido, salvo se estiver a ser inconveniente, deve apreciar as Peç.´. de Arq.´. de AA.´. e CC.´. com o propósito de obterem aum.´. de sal.´., que deveram ser lidas em L.´..

Tem a função de orientar o apresentante do trabalho no sentido de não se alongar muito, ser claro e conciso; ao ler, procurar ter boa dicção, com entoação de voz adequada; postura, gestos e inflexões corretas. Deve procurar fazer o A.´. ver que a sua tese deve trazer Luz aos que a assistem, uma vez que a Maç.´. também é uma Escola que dá lições sobre costumes dos antepassados orientais, no sentido de aprimorar hábitos e, principalmente, o espirito, a fim de aproximar os Obr.´. do Absoluto.

Por fim, será de acrescentar que deverá ser cortês para com todos, conhecedor do vernáculo e, se possível, irradiar simpatia emitindo o seu magnetismo positivo e, com as suas palavras bem usadas, certamente que conseguirá abrilhantar os trabalhos.

No término da sessão, o Or.´. praticamente valida os trabalhos, fazendo um pequeno resumo, devendo concluir que estes decorreram de forma Just.´. e Perf.´..

No que se refere ao Secr.´., este desempenha um dos cargos mais trabalhosos e dos mais importantes da L.´., tem a sua mesa no Or.´. em frente ao Or.´., no lado direito do V\M\ e tem como J.´. duas penas cruzadas. Corresponde a Ártemis (Diana), a Deusa da Lua por refletir nas atas a Luz que procede do Sol, isto é, do Orador; é o símbolo da Lua com grande função na L.´., sendo a Quint.´. Dignid.´., representa a “Virtude da Esperança”.

De entre muitas outras, destaco as seguintes funções que tem a seu cargo: Redigir as atas (Balaustres), passando para a memória todos os factos e acontecimentos; Coordenar o expediente burocrático da L.´.; Encarregar-se da correspondência e das atas, consignando o que julgar importante, fornecendo os quadros de rotina à Secretaria da Obed.´..

É uma função que muito se assemelha a uma memória, relembra as discussões anteriores, que devem ter sido anotadas relatando o desenrolar da sessão, devendo ser claro, conciso e objetivo, sem se alongar com pormenores sem importância, anotando somente o essencial, para que, em qualquer momento, no futuro, possa ser lido e relembrado.

O seu trabalho forma a história da L.´., por esse motivo, sempre deve estar atento para não perder uma anotação importante. Tem muita “força” na sessão, pois pode, a qualquer momento, pedir a palavra diretamente ao V\M\, e sempre terá prioridade sobre outro Obr.´..


(Texto escrito adotando o novo acordo ortográfico)


Referências Bibliográficas




[i] Extr. e Adap. PINTO, M. J. Outeiro – Do meio-Dia à Meia-Noite. São Paulo: Madras, 2007. ISBN 978-85-370-0182-0.

[ii] Livrete do Pr.´. Gr.´., R\A\P\M\M\.

[iii] V\M\, P\V\ e S\V\.

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